Por: Marcela Santos
Estava na varanda, onde sempre costuma ficar. Lia seus romances, o jornal, as notícias do dia, as crônicas. E pensava na vida... Lembrando da infância, da juventude, das tantas amigas que, supostamente, seriam para sempre. Ria de si mesma, e imaginava que seria rodeada delas, se assim o fosse.
O mais incrível é a enorme diferença entre todas essas amigas. Usando estereótipos, vamos identificá-las assim: uma era Punk; outra era Patty; duas eram Pops; aquela totalmente maluca que a fazia dar muitas risadas; uma Princesinha; aquela que, se não fosse o destino, poderia ter sido para sempre, mesmo; a inesquecível, que hoje ela deseja esquecer; ainda aquelas que alegraram um ano que tinha tudo para ser ruim; e, finalmente, as nerds do último colegial.
Cada uma daquelas pessoas teve uma grande importância. Ela sabia que ficariam para trás, que seguiam vidas diferentes agora, assim como ela tem outras amigas supostamente para sempre. Mas, era um saudosismo, um sentimento nostálgico que parecia apertar o coração, doía e dava vontade de voltar e reviver aqueles momentos. Um pouco que fosse, seria bom...
Ah, nem todos os momentos foram perfeitos, mas deixaram grandes ensinamentos. Com tanta diversidade, ela aprendera a conviver pacificamente com vários tipos. Também descobriu que apesar das aparências distintas, todas aquelas pessoas tinham os mesmos problemas, tinham vícios, virtudes, eram humanas, afinal. Isso a fez uma mulher muito respeitadora de opiniões.
E dali daquela varanda se via contracenando com as díspares moças. Com quem riu, chorou, aprendeu, viveu. E teve certeza de que cada uma veio no momento certo. Agradeceu em pensamento.
É... Amigas para sempre, se não na vida, no coração.