14 de novembro de 2010

O meu lar

Procuro, em meio ao deserto, fontes que possam subnutrir minha sede e realçar minha esperança da caminhada que parece infinda neste percurso.
Vejo transeuntes a andar por sobre idéias vagas que, infelizmente, compõem nosso cenário, um devaneio lindo, que bem poderia tornar-se real, mas que se afasta para o fundo sob o peso da papelada já escrita.
Enquanto isso, almas caridosas, que não mereciam se despedir do prazer terreno, deixam de lado uma lista brilhante do que, para nós, não passa de alucinação.
Procuro quem veja os méritos reais e reaja com maturidade, despertando o senso do que realmente é belo.
Ainda procuro respostas para justificar o terrorismo exercido em nossos espíritos,que lutam em permanecer calados, mas fortes.
Como gostaria de retornar à infância e viajar em alucinações adultas sobre um mundo interior, subjetivo, humanamente falando, melhor.
Alguns se comprazem da dor, e eu analizo minha sobrevivência aqui. Perdi tantas lágrimas para o chão. E, em troca, ele permaneceu sólido para que eu não despencasse por total.
E, eu, mesmo assim, disse : "Obrigado".

                                                                                                                   (Thiago Vieira Cruz)

O que direi a meus netos?


Direi a meus netos que nasci no século das guerras. Mas tive a benção de não vivenciar nenhuma delas.
Direi também que presenciei grandiosos avanços científico-tecnológicos. A época em que, num intervalo de pouco mais de um ano, aparelhos de todo tipo tornavam-se obsoletos.
Direi que vivi uma etapa de transição, onde se esperava a beleza do século XXI, mas ainda carregavam-se vícios do século XX.
Direi que houve um tempo no qual não se podia dizer. E contra o tempo, surgiram os protestos, as músicas, a arte - arbítrio.
Direi que tive o desprazer de assistir inescrupulosos casos de corrupção. E espero chocá-los, para ter certeza de que o mundo estará melhor.
Direi que, um dia, o homem foi tão ignorante a ponto de desprezar alguém pelo sexo, pela cor ou pela opção sexual.
Direi que houve muita luta para que o poder não prevalecesse sobre os direitos. Esperando fazê-los sorrir, para saber que isso tudo mudou.
Direi, por fim, a meus netos, que a grandeza do mundo está em suas belezas. E que é preciso valorizar a Vida, em seu mais ínfimo sinal.
Direi que, apesar de parecer ruim, testemunhei a era da esperança. Na qual, anônimos como Oskar Schindler, Nicolas Winton e outros não descobertos, salvam almas sem nada esperar receber em troca.
Direi que, não importa o quanto haja devassidão, o Sol sempre aparece pela manhã, os pássaros cantam e as árvores (replantadas) oferecem sombra e ar puro.
Direi que, apesar da desigualdade, cada história há de valer a pena. Fazer a sua parte, afinal, não é clichê.

(Marcela Santos)

2 de novembro de 2010

Não espere o Sol esfriar


O Sol amanhece o dia, espalhando seus raios iluminados sobre as vidas e plantações. E, porque sua Luz reflete, somos capazes de desfrutar as belezas da Natureza.
Corremos, corremos! Não temos mais tempo para o bucólico. O dia começou hoje e meus planos já se estendem para amanhã...
O planeta esquenta, o aquecimento é global. Ironicamente, nossas relações esfriam. Para onde está indo o calor humano?
O brilho da vida está se perdendo. O amanhecer, ignorado, está se tornando gris.
Algo aconteceu no centro da vida. O Sol está esfriando... Aqueça seu coração!


(Marcela Santos)