5 de junho de 2015

Anatomoestetotêmporolinguística

"Levo, na face, o nariz adunco, a aspereza da barba, as espinhas agatanhadas
Levo, nos cabelos crespos, a genética dos pretos, a oleosidade das químicas, a secura dos tempos
Levo, na panturra, a inércia do passado, o desfastio do presente, as gulas do futuro
Levo, nos braços, a mirradez das carnes, a docilidade das mãos, a singeleza dos dedos
Levo, na pelve, as brincadeiras de infância, as calistenias inexitosas, as posturas incorrigíveis
Levo, nos pés, o peso do corpo, os calos de andarilho, as unhas mal-cortadas
Levo, no coração, as agruras sofridas, os mal-entendidos concluídos, os bem-entendidos não-resolvidos
Levo, na alma, corpo maltratado, uma mente sôfrega e um coração ressabiado
Mas levo tudo
Antes que deus me leve."

18 de maio de 2012

Ensejo


- Vamos tentar não pensar em nada: grande remédio para pensar em tudo.
- Prefiro a angústia de alguns tempos. Parece que alivia a ansiedade pensar no que acontecerá, ao invés de já saber um fim determinado. Para uma boa louca ideia, até que estou me comportando bem. Pensar em tudo é perda de tempo. Há necessidade de se pensar sobre as reais importâncias.
- Vamos tentar imaginar o tempo: talvez a Física seja melhor que tudo em algumas horas. O atrito e a sua ausência. Grande remédio para sentir tudo e nada.
- Prefiro me formar em Direito de ser Livre, para ser o que vier. Para uma louca ideia, até que estou me acostumando bem. O atrito pode inflamar demais. A ausência pode ser muito triste. Sou mais a vida alheia – dessas que nos permite sentir um pouco de tudo.
- Vamos tentar ver além do infinito. Pode ser boa uma visão que nos surpreenda intensamente: desenvolva uma fórmula de tudo ; uma nova teoria sobre a morte dos astros.
- A vida é curta! Desperdiçar tempo, gastando exemplares de horas raras não faz meu estilo. Gosto de ouvir a voz do profeta “Passado”, delineando o Futuro em seu vocabulário velho, que eu consigo entender. Para uma louca ideia, até que estou me saindo bem, inventado a minha maneira de ser - cada vez mais minha -, de ser progressivamente menos dependente do infinito tão sem conceito. Porque tudo que é muito obscuro , simplesmente, não quer ser visto.
- Vamos observar a relatividade passar! O tempo é a imagem móvel da eternidade imóvel. O tempo que você gosta de perder não é tempo perdido. Mas, vejas o brotamento científico da flor! Observes a maravilha da pétala a cair. O vento levando suas anteras. Sinta um cheiro de campo, se a fumaça urbana não atrapalhar: até a mistura de flor e carro pode ser boa. Vivas, pois, sobre a medida do possível: grande remédio para sorrir.
- Prefiro não me prender à mera observação de ponteiros vagabundos, sem rumos na circunferência fixa à parede. Não sou de gostar apenas de pétalas ou flor. A natureza inteira é pequena demais para ser apenas admirada em botões solitários, quase já mortos. A minha simplicidade impede a contemplação da magnitude de descobertas demais complexas, que talvez nem me tragam benefícios simples, da forma que consiga eu entender. Gostam de complicar coisas simples. As pessoas são assim. Para uma louca ideia, até que estou me saindo bem, nas visões bem cotidianas de jardins até vazios,  nos quais criança qualquer consegue fazer o parque melhor do mundo.
- Vamos dar importância ao tempo: tão curto remédio de tudo.
- Veja como é lindo apenas vê-lo passar... Tomara que não tropece; como nós, tão apressado!



Thiago Vieira Cruz

13 de maio de 2012

Candura

    Temos particularidades tão fortes, que jamais seremos comparados por nossas atitudes simples. Estão nelas, pois, aquilo que, de fato, somos. Não é nada de sobrenatural. Não é nada de “super” que nos eleva a ser o que somos. Simplicidade é o que marca. Não me refiro ao subnutrir da vaidade. Afinal, todos temos um pouco de nariz empinado! Digo sobre aquilo que nos Faz, simplesmente. Uma parte de tudo, uma parte de nada. Uma porção de quase tudo. Uma pitada de quase nada. E pronto... Forma-se a vida. Mas, a maneira como isso se distribui em nós é a diferença. Em alguns, o nada pode ser tudo. Em outros, pode nem haver uma explicação. O detalhe é o seguinte: ser o que seria, se não fosse o não saber sobre o que é!
   Temos particularidades tão fortes, que tudo pode ser uma questão de segundos: num abraço que desejamos, num beijo que esperamos, num algo que tanto pensamos. Aliás, temos o dever de não nos esquecer. Porém, a ação de se esquecer também pode ser a simplicidade marcante... Mas, não é nada de sobrenatural! Esquecer-se é o que todos fazem cotidianamente. Em tantos intervalos que a vida oferece, nos momentos em que não queremos mais amar, nas diretrizes que coordenam as escolhas que fazemos, quando abraçamos os outros, sem saber quem abraçamos. Isso deve fazer parte do ser humano. Suas particularidades. Suas promessas. Suas dívidas. Não é nada de “super” que nos eleva a ser o que somos... Simplicidade é a marca, do jeito de cada um – no amor, na traição, na alegria, na morte de conceitos, em quase tudo que se permite evoluir.


Thiago Vieira Cruz

Mãe de. Amor. de Mãe

Mãe sempre me lembra poesia.
Poesia pelo sentimento incondicional transmitido na palavra,
Que torna um Ser Humano comum,
Em tão mais humano que qualquer um.

Se O Perfeito fosse um todo formado por pequenos pedaços,
Tenho certeza que cada Mãe seria uma porção, em si, da Perfeição.


Feliz dia das Mães!


PS: com todo o amor e carinho bobinho que sinto por ti, mãe.


Marcela Santos

11 de maio de 2012

Como Eu Te Amo



"Nossa! Um mês de greve de transportes pode
acabar com a movimentação humana.
Greves no setor da saúde podem ser fatais para os não saudáveis.
Mas uma greve de amor:
talvez, tudo acabasse em um simples minuto." [Thiago Vieira Cruz]


Love is love.

9 de março de 2012

Dois anos

Há exatos dois anos atrás, provavelmente nesse mesmo horário, eu sentei para criar este blog, como idealização de um grupo de amigos que amanheciam seus pensamentos por aqui.

Cá estamos nós...

São dois anos de blog!

Só passei pra deixar uma lembrança.


:)