11 de julho de 2011

EletroVida

Algo que acho bonito é a diversidade possível de se interpretar a vida.

Conheço um tio que trabalha consertando eletroeletrônicos, eletrodomésticos, eletro enfim. Das poucas vezes que conversamos, pude perceber que ele é bastante inteligente. Costuma me contar das coisas que sabe sobre a Medicina, e das coisas que viu, devido ser curioso. E me pergunta dos aprendizados, dos cadáveres, das práticas. E mesmo que, no meu caso, ainda seja bem pouco, ele sempre acha interessante.

Hoje nós fizemos o inverso. Hoje, fui eu que perguntei.

No quintal da minha avó, é o local de trabalho dele, junto com meu tio. E lá sentei. Como uma criança que está em desenvolvimento, perguntava: O que é isso? Pra que serve? Mas... Por que?

Ele respondeu tudo, e de um jeito bastante interessante.

- Isso aqui - e disse o nome da peça - é como se fosse o coração. Por onde todas as correntes passam.

E mostrou a placa, que poderia ser comparada ao cérebro, sem a qual nada funciona. Cada uma das pecinhas, que poderiam ser órgãos ou qualquer parte funcional, tem sua importância e papel para um bom funcionamento do aparelho. Dizia tudo com suas palavras.

Eu ouvia, aprendia e imaginava...

- Eu sempre comparo os aparelhos como se fosse gente. Pra descobrir qual é o problema, eu também tenho que analisar – Prosseguiu na sua explicação.

- Quando alguém chega trazendo uma televisão quebrada, por exemplo, eu pergunto como foi que aconteceu. O que causou aquele defeito. E fica mais fácil de identificar. É como o médico que conversa com o paciente.

Ele acabava de descrever uma anamnese. E eu vi, mais uma vez, a importância do histórico, da conversa, do direcionamento para chegar a um diagnóstico.

- Quando não sabem dizer o que aconteceu, eu tenho que abrir o aparelho. Não tenho o recurso dos exames. Tenho que ir testando, até descobrir qual o problema.

De certa forma, quando o médico examina, ele está testando. No exame físico, testa a normalidade anatômica. Nos exames laboratoriais, igualmente, testa as normalidades anatômica e fisiológica. O que estiver de mais ou de menos, deve ser “consertado”. Algumas vezes, também é preciso abrir.

- É uma pena que muitos médicos nem examinem mais seus pacientes – reclamou.

- Por que? – Ele me perguntou para não perder o costume. Respondi contando sobre as conversas que temos sobre o assunto.

Foi assim que, hoje, aprendi um pouco sobre eletrônica. Mas aprendi também um pouco mais sobre a vida. Afinal, é preciso experimentar os diversos sabores de viver e interpretar, para se ter um verdadeiro empenho em salvar.

- Tchau. Da próxima vez, conversamos mais sobre os eletros – despediu-se.

Ele gostou de ensinar. E eu adorei aprender...


PS: Gostaria de agradecer aos que têm comentado no blog... Obrigada!
(Marcela Santos)

9 comentários:

Thiago Cruz disse...

Amore mío...
Sempre criativa.Relacionando elementos simples ao que denotamos como complexos;quando,na verdade,ambos se interligam através de sentidos parecidos. Sangue,óleo. Musculatura,lataria. Sistemas,circuitos. Energia em alimentação e eletricidade... Parecem tão desiguais. Há um paradoxo cortando os eixos das "semelhanças desiguais".
Adorei!Você é demais.Como sempre.

Tia Jaira disse...

Filha voce escreve maravilhosamente bem
Que Deus te ilumine sempre e guie seus caminhos pois tens um grande futuro.
parabéns!Beijos no coração.

Anônimo disse...

Ah, Bia... Você escreve muito bem, não canso de dizer isso! Eu gosto muito de ler cada um dos seus textos, enfim. Você é demais, como bem disse o Thiago! Sou sua fã =)

Jhenny

osmar disse...

lindaaaaaaaaaa maravilhosiiicimma!!!!!
amo seu textos sua criatividadee...
ahhh...voce como diseram todos voce é demais marcelinha!

Nádia sua Mami disse...

Nossa amei, vc como sempre; Observa kkkkkkkkkkk bjs

Caio Fernando disse...

EletroVida!:que legal!

pedro disse...

marcela tdo oque vc escreve e q eu leio é igual o paraíso!!!!!!!se vc escrever um texto so de xingamento mesmo assim eu vo achar lindo!!!!!!!
as coisas q vc escreve faz eu lembrar da minha familia..........

junior disse...

esse texto me fez lembrar dos tranformens!!!!kkkkkkkkkkk

carlos disse...

sem duvida esse é um d seus melhors textos! parbnes!