13 de maio de 2012

Candura

    Temos particularidades tão fortes, que jamais seremos comparados por nossas atitudes simples. Estão nelas, pois, aquilo que, de fato, somos. Não é nada de sobrenatural. Não é nada de “super” que nos eleva a ser o que somos. Simplicidade é o que marca. Não me refiro ao subnutrir da vaidade. Afinal, todos temos um pouco de nariz empinado! Digo sobre aquilo que nos Faz, simplesmente. Uma parte de tudo, uma parte de nada. Uma porção de quase tudo. Uma pitada de quase nada. E pronto... Forma-se a vida. Mas, a maneira como isso se distribui em nós é a diferença. Em alguns, o nada pode ser tudo. Em outros, pode nem haver uma explicação. O detalhe é o seguinte: ser o que seria, se não fosse o não saber sobre o que é!
   Temos particularidades tão fortes, que tudo pode ser uma questão de segundos: num abraço que desejamos, num beijo que esperamos, num algo que tanto pensamos. Aliás, temos o dever de não nos esquecer. Porém, a ação de se esquecer também pode ser a simplicidade marcante... Mas, não é nada de sobrenatural! Esquecer-se é o que todos fazem cotidianamente. Em tantos intervalos que a vida oferece, nos momentos em que não queremos mais amar, nas diretrizes que coordenam as escolhas que fazemos, quando abraçamos os outros, sem saber quem abraçamos. Isso deve fazer parte do ser humano. Suas particularidades. Suas promessas. Suas dívidas. Não é nada de “super” que nos eleva a ser o que somos... Simplicidade é a marca, do jeito de cada um – no amor, na traição, na alegria, na morte de conceitos, em quase tudo que se permite evoluir.


Thiago Vieira Cruz

Um comentário:

Marcela Santos disse...

"Peço a Deus que a sua candura nunca seja ferida e que se mantenha sempre." [Clarice L.]

Adorei o texto! Obrigada, menino escritor! =)