18 de fevereiro de 2012

O maior naufrágio da história - os efeitos da covardia e da coragem sobre a sociedade


      Hoje, vivemos completamente permeados pelas visitações de vários acontecimentos cotidianos que não se debruçam sobre ideais de valorizações das ações. A ética, a moral e os padrões comportamentais têm sido alterados pelas consequências ligadas às novas “leis” que se amontoam sobre um novo pensamento da realidade: sobreviver. As guerras, os terrorismos, a corrupção, a enorme violência alheia, o egoísmo em acelerado crescimento: estes são alguns fatores responsáveis pela ascensão do senso de omissões momentâneas e permanentes entre os seres humanos. Há, todavia, as exceções.
      Acontecimentos recentes, como o registrado pela catástrofe ocorrida com o navio Costa Concórdia na Itália, mostram uma nova faceta sobre as posições de determinadas ações, completamente inusitadas, que têm ocorrido nas sociedades globais. O homem parece estar menos dono de suas consequências. E as diretrizes que coordenam seu senso crítico sobre si mesmo parecem estar abaladas por uma indolência metal – a qual mostra um parecer de pura covardia e falta de proteção à própria espécie. Tal falta de harmonização entre suas  bases comportamentais - tomadas de intensos medos camuflados, oriundos de acontecimentos públicos, com violências políticas e desagregações de incentivos à não violência - tem trazido consequências determinantes para os nossos futuros. Pois, os patamares que constituem nossas realidades estão fundamentados naquilo que somos através de nossas ações.
      Os efeitos da covardia e da coragem sobre a sociedade são fatores determinantes para a caracterização das relações recíprocas e mutualísticas entre os humanos. Tais efeitos  são significativos para conclusão acerca da formatação do tecido social que engloba o “universo de relações interespecíficas” da nossa espécie. Assim, é notório que a avaliação de um conjunto social possa ser compreendida pelos graus de coragem e covardia que o permeiam. A covardia provoca omissões não apenas nas restrições inerentes ao indivíduo – num grau subjetivo - , mas afeta, também, a estrutura de relacionamentos grupais, no que se refere às condições egocêntricas que tomam não apenas um centro pessoal, mas também deglutem as possibilidades de construção de novos caminhos, os quais poderiam se apoiar nos setores jurídicos, mercadológicos, educacionais e empresariais.
       A coragem, porém, funciona como uma válvula de escape para as prorrogações de bons tempos. A coragem se envolve no “drible” dos nossos instintos mais primitivos – de fuga ou omissão. Uma sociedade permeada pela coragem tem o poder de desenvolvimento mais acentuado, pois estabelece, como parâmetro principal, o “fugir da fuga”, o atender das necessidades principais, sem medo de causas ou efeitos terciários.
       Sendo assim, os efeitos da covardia e da coragem são importantes para uma modificação social. E, através de estímulos, é possível alimentar a coragem de um determinado segmento populacional. Isso não se constrói rapidamente nem com “realitys shows” televisivos banais. A base de todas as características - cujas raízes estão fundamentadas num bom senso de criação social e manutenção da cooperação – que elevam a sociedade está no núcleo educacional, em diretrizes básicas e estendidas de formação individual – ou seja, familiar e Estatal. Investimentos primários e pesados em tais setores são importantíssimos para depuração dos efeitos de covardias passadas e formatação de ações encorajadas futuras. Desse modo, impede-se o naufrágio principal: o afundar do caráter “sapiens” humano.


Thiago Vieira Cruz

6 comentários:

Marcela Santos disse...

Nossa! Muito bom!
É uma pena que as pessoas confundam o conceito de coragem e covardia, de modo que, por consequência, têm ideias erradas, igualmente, do que seja um sociedade desenvolvida.
Mas você descreveu isso muito bem. Mesmo.

Parabéns, menino escritor!

Sucesso! =)

Nando disse...

Muito bom!Excelente,na verdade!
Bem abordados os fatores sociais.
Copiei para a minha página de leitura.
Sucesso!

Beatriz disse...

Adorei.Texto sensacional!
Eu tava procurando um texto de apoio na internet sobre o navio Concórdia.E vim parar aqui.Adorei o modo como você trabalhou esse assunto porque vc não se restringiu a catástrofe em si.Foste bem mais além.E eu adorei isso.Obrigada!Foi uma ótima leitura...

Vitor disse...

Gostei bastante. vc tá a cada postagem cada vez melhor. continue sempre assim...

Luana disse...

texto um pouco complexo, mas tbm bem didático. esse texto é um ótimo suporte pra redação. olha eu gostei...

Verônica disse...

Texto muito bem elaborado,como sempre.Gosto do modo como você escreve e descreve as situações.E realmente concordo que há uma grande barreira que impera ainda sobre muitos caráteres.Temos que mudar como seres humanos,se é que estamos nos comportando como tais.