18 de julho de 2010

 Carrossel.Grande parte de minha infância  foi passada neste brinquedo. Aqueles "cavalinhos" fizeram com que hoje a minha paixão pelos verdadeiros se intensificasse. Aos domingos eram os dias em que eu mais me sentia à vontade para cavalgar sem preocupação; apesar do tempo passado fui deixada de lado pela minha paixão. Um grave acidente me rompeu o corpo, fazendo com que eu deixasse o meu mundo encantado; agora só o carrossel poderia me satisfazer.
 Voltando ao tempo de criança... acordava cada dia, dentro daquela fazenda, disposta a estudar uma maneira de me recuperar daquele mal maior que sofrera. Médicos tentavam me desanimar, nunca fora muito obediente. Era difícil sorrir com aquela visão de futuro.
 Meus dias não passavam de "trabalho". Trabalho para comer, levantar,ir ao parque. Sentia-me vulnerável a cada suspiro, já não me restava muito tempo para aproveitar o meu carrocel, ou a companhia dos meus cavalos mudos.
 Deixando de lado todo esse drama, me vi surpresa ao presenciar um fato. Minha sobrinha Kathy, linda e saldável, vista à cavalgar como os membros da família; parecia que ela entendia o fato de eu lutar tanto para poder viver ao lado do meu campo, correndo pelos arbustros, sentindo aquele cheiro de vida, querendo sempre mais. Não que ela entendesse porque tinha amor pelo mesmo que eu, pelo contrário, entendeu porque foi obrigada a fazer algo que a ela não convém. Estou sendo "obrigada" a ficar nesta cadeira de rodas, ou naquela cama, angustiada e servida de solidão.
 Sentia aquela brisa suave pela janela, sem emoção, aventura que tanto desfrutava antes do incidente.Teimosia! Vivia cada dia como se não houvesse amanhã, até que não houve um "amanhã com felicidade", desde aí aquele brinquedo voltou às minhas não manhãs. Já havia descido do salto, aliás caído do cavalo, e só me restava ir em busca do que me faltava, a felicidade.
 Sem poder fazer muito ainda tinha esperanças de que muito seria feito, era questão de tempo e determinação. Os tratamentos pareceram ineficazes para meu trauma físico, o psicológico passará ao ver meus lindos cavalos a correr, mas mesmo assim as coisas não se fizeram menores para mim. Eu ainda acredito que as coisas não ficarão apenas naquele carrossel, pois uma história dessas não se deixa vencer por um importuno desse. Meu carrossel será meu porto seguro, mas a minha fé é o meu melhor salvador.

4 comentários:

Rafaela do Vale disse...

Minha linda amei o seu texto!!Parabéns!!!

Marcela Santos disse...

É a capacidade de lutar por alguma coisa que muitos de nós estamos perdendo... Você consegue perceber isso!

Luana Lessa... Como eu bem disse, você é uma menina especial!

Amanda disse...

Luanaa amei teu texto!

Anônimo disse...

q texto emotivo......lindo
meu coracao fik feliz c esse blog......