- Vamos tentar não pensar em nada: grande remédio para pensar em tudo.
- Prefiro a angústia de alguns tempos. Parece que alivia a ansiedade pensar no que acontecerá, ao invés de já saber um fim determinado. Para uma boa louca ideia, até que estou me comportando bem. Pensar em tudo é perda de tempo. Há necessidade de se pensar sobre as reais importâncias.
- Vamos tentar imaginar o tempo: talvez a Física seja melhor que tudo em algumas horas. O atrito e a sua ausência. Grande remédio para sentir tudo e nada.
- Prefiro me formar em Direito de ser Livre, para ser o que vier. Para uma louca ideia, até que estou me acostumando bem. O atrito pode inflamar demais. A ausência pode ser muito triste. Sou mais a vida alheia – dessas que nos permite sentir um pouco de tudo.
- Vamos tentar ver além do infinito. Pode ser boa uma visão que nos surpreenda intensamente: desenvolva uma fórmula de tudo ; uma nova teoria sobre a morte dos astros.
- A vida é curta! Desperdiçar tempo, gastando exemplares de horas raras não faz meu estilo. Gosto de ouvir a voz do profeta “Passado”, delineando o Futuro em seu vocabulário velho, que eu consigo entender. Para uma louca ideia, até que estou me saindo bem, inventado a minha maneira de ser - cada vez mais minha -, de ser progressivamente menos dependente do infinito tão sem conceito. Porque tudo que é muito obscuro , simplesmente, não quer ser visto.
- Vamos observar a relatividade passar! O tempo é a imagem móvel da eternidade imóvel. O tempo que você gosta de perder não é tempo perdido. Mas, vejas o brotamento científico da flor! Observes a maravilha da pétala a cair. O vento levando suas anteras. Sinta um cheiro de campo, se a fumaça urbana não atrapalhar: até a mistura de flor e carro pode ser boa. Vivas, pois, sobre a medida do possível: grande remédio para sorrir.
- Prefiro não me prender à mera observação de ponteiros vagabundos, sem rumos na circunferência fixa à parede. Não sou de gostar apenas de pétalas ou flor. A natureza inteira é pequena demais para ser apenas admirada em botões solitários, quase já mortos. A minha simplicidade impede a contemplação da magnitude de descobertas demais complexas, que talvez nem me tragam benefícios simples, da forma que consiga eu entender. Gostam de complicar coisas simples. As pessoas são assim. Para uma louca ideia, até que estou me saindo bem, nas visões bem cotidianas de jardins até vazios, nos quais criança qualquer consegue fazer o parque melhor do mundo.
- Vamos dar importância ao tempo: tão curto remédio de tudo.
- Veja como é lindo apenas vê-lo passar... Tomara que não tropece; como nós, tão apressado!
Thiago Vieira Cruz