27 de junho de 2011

Tempos curtos.Caminhos infinitos

Era tudo muito novo... Nossa!Posso até sentir o medo oriundo do nervosismo  que me consumia no dia daquela prova. O colégio dos meus sonhos.Esse sonho não era só meu. Consegui a bolsa! Todavia,mais que simples materialidades,obtive corações. Ganhei sentimentos. Momentos inesquecíveis.
Ah...  Sou muito grato pelo que aconteceu. E  ainda,sinto-me extremamente privilegiado por ter sido - e ser - marcado por cada emoção que floresceu naquelas salas de aula tão distantes do que imaginei um dia poder ser um palco de bons gerenciamentos interpessoais.
Amigos de espírito.Especiais em cada verso de vida. “Bom dia!” “Boa tarde!” “Boa noite!” Onde andam vocês,que,em tantas horas,sonharam o mesmo que eu? O que  sonham agora?Em que corações cantam agora?Antes, contavam-me planos. E eu ria por estar na mesma freqüência.Não demorava muito para rirem também;estávamos,pois,construindo nossos andares de possibilidades.
Lembrei das cócegas,dos risos,dos obstáculos... Sabe?Eu lembrei das suas presenças.E como,hoje,sinto suas faltas...
Lembrei que marcamos um futuro de trabalho conjunto.Recordei: “Vamos ajudar crianças com câncer.A Marcela toca,o Thiago canta e a Suzana faz palhaçadas...” Senti alguns abraços. Mas foram efêmeros... Ouvi gargalhadas gostosas.Porém,o silêncio ensurdecedor de um cômodo de dormir me arremessou à realidade. Parei para degustar um pouco desse rápido “passado” e o vi em grande presente. Ri por Sentir que nossas frequências ainda sorriem em sintonia. Sabe?Eu lembrei de vocês ...
                                                                                     (Thiago Vieira Cruz)

16 de junho de 2011

Screw up

Dei para estragar coisas, ultimamente. Não de propósito, claro.
É que meu estômago anda tão ocupado digerindo certas situações, que sobra pouco espaço até para um café pela manhã.
Quando eu era pequena e estragava coisas, meu primo me dava cobertura.
Agora, não. Não tem mais ninguém para me acobertar.
Quando eu estrago, seja o que for, tenho que me virar sozinha.
O café, eu tomo só a noite. Para ficar acordada e ter mais tempo de digerir a manhã.



MS

10 de junho de 2011

Busca

Em busca do amor, encontrei o que não queria.
Amei quem não devia
Vivi mil fantasias.
Em busca do amor, encontrei desilusões
Convivi com solidão
Como se estivesse nunama prisão
Em busca do amor, adiei, afugentei, chorei, cansei.
Mas consegui amar pessoas maravilhosas, amigos que jamais serão esquecidos.



Poema adaptado por mim em homenagem aos meus amigos Ananda, Marcela, Thiago, Suzana, Kelly, Luis... e muitos outros que compartilharam comigo o ano de 2010, pessoas que sinto muitas saudades
amo VOCÊS!

3 de junho de 2011

86400 momentos


    Vivemos numa sociedade universalmente educada a ter medo da morte. E, mesmo sabendo que estamos completamente destinados ao abraço infinito como ocaso, ainda nos é incoveniente e, para alguns, até angustiante pensar em um último dia. Esse é meu caso. Estou mergulhada nessa pedagogia do terror, mas não guardo muitos segredos para contar, pois não tenho amigos que me contem segredos nem outros para eu fofocar...
    Tendo um último dia. Eu o aproveitaria para me aposentar das ruas, encerrar meus programas ou, quem sabe, destruir, mentalmente, aqueles que não pagaram pelo serviço e me deixaram sozinha num motel ou nua em beiras de estradas.Tal dia seria ideal para imaginar minha mãe ligando, pedindo para eu voltar, deixando cair uma lágrima que, saliente, beijar-lhe-ia os lábios. Mas levaram os orelhões e minha mãe está cega, surda, e muda.
    Conversar com as paredes seria fantástico! Todavia, já não mais suporto as quatro paredes. Idealizaria um quarto com três...Três muros bem altos com escadas rolantes, nas quais minha alma fosse embora como uma perua metida, subindo às nuvens, lançando beijos para o nada. E, quando eu estivesse faminta, seria a hora de jantar com os mendigos, que sempre me serviram o pouco do respeito que tive. "Saia dessa vida, filha." Estou indo...E já vejo meu rosto, marcado de sentimentos que não conheço, refletido num lago de coisas que nem sei.
    Os últimos momentos me seriam oportunos para fazer a melhor maquiagem, colocar um vestido balão sem cor e rodar na frente de um grande espelho imaginário, dando o efeito de bailarina que nunca fui. E, quando a noite chegasse, eu diria: "Foi tudo culpa do Freud!" .Li que o sexo era nada além de tudo. E segui um “nada além” maior que simples psicanálise, em vidas íntimas que mergulharam em mim e afogaram outros prazeres. Momento ideal para tentar seduzir o relógio, tirando minha roupa, fazendo posições, promentendo o prazer maior. Todavia, o relógio é conservador... e não poupa sua própria vida.
    E no momento em que, do alto, a luz ofuscasse os meus olhos de prostituta, eu estaria aflita como com minha primeira amante. Seria o "momento 00001". Nas mãos, pequenas economias... Hora de pagar o barqueiro. "00000."

Thiago Vieira Cruz.
Tema redação Ufpa.